sábado, 23 de janeiro de 2010

A JP no Defesa de Espinho - 21/01/2010

Quantas patas tem um cão?
I Parte


“- Quantas patas tem um cão? – perguntou o presidente Abraham Lincoln aos adversários ali presentes.

- Quatro, Sr. Preseidente. – responderam-lhe, preplexos pela pergunta.

- Consideremos que a cauda do cão é uma pata. – sugeriu o Presidente. Quantas patas tem um cão?

- Cinco, Sr. Presidente.

- Não. Tem quatro. Porque, ainda que tomemos a cauda de um cão por uma das suas patas, na verdade, uma cauda é uma cauda e uma pata, uma pata.”

Dia 8 de Janeiro de 2010:
O primeiro dia inteiro e limpo. O dia em que a câmara legislativa da nossa mui amada Pátria pôs fim a anos, décadas, séculos, milénios (!) de discriminação, alargando o instituto do casamento aos casais do mesmo sexo, permitindo a plena realização da liberdade e autodeterminação sexuais.

Hoje sim: hoje é a noite do dia. Hoje é a hora. Hoje é o dia da hora e esta é a hora do dia. Não mais discriminação; não mais homofobia!
Talvez.

Talvez não.

O alargamento do instituto do casamento aos casais do mesmo sexo é, na verdade, um interessantíssimo caso de estudo. É notável como determinados grupos de pressão que pretendem representar uma minoria bem minoritária da população portuguesa conseguem operar uma perpetação do político no jurídico, ao mais alto nível, com prejuízo estrutural profundo para o último. Tiveram, sem dúvida, uma arma poderosa. Uma besta com uma boca grande e cheia de dentes, que se alimenta de espírito crítico e razão, mas, ao mesmo tempo, aparenta ser generosa e está rodeada de tantos, que tentam dar ares de tanta distinção e tamanho valor... Essa besta, que matou a própria mãe, tem um nome: é o politicamente correcto.

Mas o dia 8 de Janeiro de 2010 é uma história contada em, pelo menos, pelo menos, dois actos.

Num primeiro acto tentou-se justapor o “casamento” entre pessoas do mesmo sexo ao casamento, alegando a inconstitucionalidade por acção do artigo do artigo 1577º do Código Civil, já que este exclui explicitamente a realização de casamentos entre pessoas do mesmo género, o que constituiria uma violação do princípio da igualdade e dos direitos à contação de casamento e de constituição de família.

Cedo começaram a cair por terra estes argumentos.

Vamos por partes. O direito a constituir família nunca esteve em causa. Há família sem casamento. A contração do casamento não é necessária para a constituição de família.

Quanto ao direito à celebração do contrato de casamento, que eu saiba, nunca foi vedado a nenhum homossexual, em virtude dessa sua condição. Em verdade, todos têm o direito de contrair casamento, em igualdade de circunstâncias. A, homem, homossexual, pode contrair casamento com B, mulher, homossexual; ou com C, mulher, heterossexual. Já D, homem, heterossexual, não pode casar com E, homem, também ele heterossexual. Portanto, como vemos, a opção sexual de cada pessoa é irrelevante para o instituto da casamento. Homossexuais podem casar, desde que o façam com pessoa de xo diferente.

Não há, assim também, qualquer prática discriminatória.

Havia um conjunto de jogadores de futebol que queriam jogar futebol num clube de xadrez. Foi-lhes dito que não podiam. Alegaram que era discrimatório. Provou-se-lhes que não. O que fizeram? Birra até que se pudessem entrar. Os columbófilos, ali ao lado, fartos da fita, pegaram nos jogadores de futebol ao colo e entraram pelo clube de xadrez adentro, dizendo aos xadrezistas que os futebolistas praticavam, doravante, o seu desporto lá dentro.

O que nem todos vêm é que, mesmo estando futebolistas e xadrezistas todos num mesmo espaço, uns continuam a jogar xadrez e os outros, futebol. É a eterna confusão entre a forma e o conteúdo, que será desenvolvida no próximo artigo.

Continua...


André Levi Ferreira

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Quantas querem?

Hoje tive uma experiência interessante...

Fazendo uma pausa no estudo, fui lanchar a um café perto da Faculdade.

Enquanto degustava um húngaro, olhava distraidamente para os apontamentos de Economia Política e ia prestando atenção a uma senhora que, muito convictamente, e num jeito bem nortenho, queixava que o seu FC Porto anda a ser "roubado", lançando as culpas ao "orelhudo", ao "apito encarnado" e outros que tal. Mas, apesar de tudo, confiava que o seu Porto, no final das contas, voltaria a ser "penta"!

Só por que não tinha nada de mais a fazer, decidi quebrar o meu recolhimento benfiquista, juntando-me à animada conversa, que foi progredindo, aumentando de tom, mudando de assunto, até que nos vimos atolados numa conversa sobre imperialismo e sobre o luso-tropicalismo.

A determinada altura, a mesma senhora, chegada a sua hora, ausenta-se. Continuo com os donos do Royale a cavaqueira.

Discutiu-se a corrupção. "É badalhoco!" - foi a conclusão do Sr. Mendes.

E logo que a onda de concordância terminou, pergunta-me o mesmo senhor, "E os homossexuais? O que é que te parece?".

A resposta que dei pouco importa. Mais cedo ou mais tarde, há-de ser escrita por estes lados. O que importa é a pergunta, nela mesma.

Há um generalizado sentimento de desconforto na sociedade portuguesa quanto a este assunto. Contra tudo, contra todos, contra um sentimento profundo e justificado, foi aprovado aquilo a que alguns chamam "casamento homossexual". Legitimidade? Qual legitimidade? Quem, em verdade, quando votou, pensava nas uniões matrimoniais entre pessoas do mesmo sexo?

A sociedade queria ser ouvida. Não deixaram.
Houve uma determinada plataforma cívica que apresentou mais de 90000 assinaturas pedindo um referendo. Mas os referendos e Democracia nem sempre convêm...

Termino com uma única pergunta, que, aliás, foi a pergunta que a Plataforma Cidadania e Casamento fez aos partidos.
Quantas mais assinaturas querem?

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Mea culpa

Errei.
Lamento.

Segundo nos diz o Defesa de Espinho, pelo qual acabo de passar os olhos, que o Dr. Pinto Moreira pretende, a curto prazo, levar os idosos do concelho a Barcelona.

Fica aqui a correcção.

A adjectivação da dita actividade, essa mantenho-a.

Anos e anos a criticar uma forma de actuação e assim que surge a primeira oportunidade, assim que fazer igual ao que se critica dá jeito, lá se faz o mesmo.

Será que ainda há quem se deixe surpreender?

A JP no Defesa de Espinho - 10/12/09

Os camaradas são para as ocasiões.




Intervalo da novela. O desespero! O horror! O que fazer?

Porque não viajar?

Viajemos imaginando, até um mundo de sonho. A um mundo que não é real, que não existe.

Bem-vindos a um país. Bem-vindos a uma república. Bem-vindos à República do Nacional Porreirismo.

A República do Nacional Porreirismo é difícil de descrever. É um país que perdeu a memória. É um país que poderia ter por lema “status quo”. É um país que desconfia dos seus cidadãos mais empreendedores.

Nesta república há, aliás, dois verdadeiros graus de cidadania: a cidadania propriamente dita e a camaradagem, bem mais apelativa do que a primeira. Todos os camaradas são cidadãos; nem todos os cidadãos são camaradas. Os camaradas são aqueles que pertencem aos clubes desportivos do poder. Clubes desportivos esses que se dedicam à prática de um desporto peculiar: a conquista do poder na república.

Para se chegar ao poder e para o exercer é preciso encará-lo como um desporto, em primeiro lugar. Em segundo, é preciso ser camarada de um clube. Em terceiro, é preciso vencer o campeonato.

Como é que se vence o campeonato? Conseguindo o voto dos juízes. Quem são os juízes? São os cidadãos. Como é que se conseguem os votos dos cidadãos? Boa pergunta!

Aqui é que entra a beleza deste desporto. O objectivo é convencer os juízes de que este desporto, de um desporto não se trata. Ganha o campeonato o clube que melhor convencer os cidadãos do seu (pseudo)altruísmo. Todos alegam que se batem pelo bem da república. Quem melhor disto convencer, vence.

E o que fazem os camaradas com o poder?

Tanto! Contemplam a sua vitória. Contemplam-se a si mesmos na sua majestática grandeza. Disfrutam das regalias que vêm com o posse do poder. Batem-se pela manutenção do seu poder ( que também é do seu clube, claro está). E, finalmente, criam as condições para terem uma existência confortável depois de deixarem o poder e o clube (sim, porque quando alguém se dedica a actividades tão desgastantes quanto a prática deste desporto, a reforma vem cedo).

Mas a camaradagem é ainda melhor do que à primeira vista possa parecer. Mesmo quando não se consegue chegar a tempo do almoço, há sempre uns restinhos ao dispor dos camaradas.

O valor fundamental da camaradagem é a solidariedade, quer entre os camaradas do seu mesmo clube, quer – pasme-se a grandeza de espírito! – entre camaradas de clubes distintos, porque a camaradagem é um valor em si mesmo e todos os camaradas lá estão para o mesmo.

A camaradagem importa, então, um seguro desportivo. Ainda que os resultados dos campeonatos não sejam tão bons quanto se esperava, há sempre prémios de participação. Há sempre algum poder que os camaradas vencedores têm que delegar em outros camaradas.

Tomemos um único exemplo, para que não digam que tomámos mais. A República do Nacional Porreirismo está dividida em regiões administrativas provisórias, há décadas. Para cada uma das regiões o Primeiro dos Mandões e os seus acólitos nomeiam o Mandão Cá da Região. Para Leonor, a região administrativa provisória onde se insere a capital, foi nomeado o camarada que teve o infortúnio de ficar a um lugar de entrar na Casa dos Mandões. Já nas regiões de Amélia, Filipa ou Perpétua, por exemplo, foram nomeados camaradas derrotados nos campeonatos do Mandão Cá da Terra.

Em boa verdade, os camaradas são para as ocasioões: para as más, para as boas, até para as assim-assim. Os camaradas são para todas as ocasiões! E quanto custa isto? Praticamente nada: apenas jurar submissão absoluta ao clube, obliterar aquela coisa de que nunca se faz uso chamada “honra” e, pois claro, estar sempre disposto a ajudar um camarada em tudo o que ele precisar. Fácil, barato, dá, literalmente, milhões.

Extraordinário!

Agora, por puro aventureirismo imbecil, imaginemos. Imaginemos que esta república que imaginámos e que esta viajem que sonhámos não são fruto da nossa imaginação, mas da vil e monocromática realidade. Imaginemos que não só a República do Nacional Porreirismo existe, como vivemos nessa mesma república.

Ou talvez não...

Coisa desinteressante de se imaginar! Disto só se encontra remechendo na pútrida fertilidade de mentes pouco ilustradas. De facto, ignorância é força.

Vamos, mas é, fazer zapping.






André Levi Ferreira

We 're back! - Dois meses depois ou A história de uma cidade parada

Depois de algum tempo sem escrever no blogue, voltámos.

As coisas deram uma ou outra cambalhota... Mas não muitas, claro está! Estamos em Espinho, no final das contas.

O camarada José Mota é agora governador civil de Aveiro.
Pinto Moreira, presidente da Câmara Municipal de Espinho.
A rampa da rua 23 foi removida.
A Vareira de Espinho e a filha têm um novo blogue.
Os idosos já não são levados ao Brasil. Era suposto irem até ao final deste ano a Barcelona, mas uma promessa eleitoral é uma promessa eleitoral... Ainda para mais uma tão rasteira, primária e imbecil quanto esta.

Pelo contrário, Rolando Sousa integra o executivo camarário.
O PDM ainda não foi suspenso.
Contiua a haver parquimetros por essa cidade fora, sem as contrapartidas contratuais.
Ainda não foi solicitada uma auditoria às contas camarárias.
O canal ferroviário ainda parece um campo de batalha.

Como se vê, não se tem passado grande coisa... Os espinhenses precisam que, muito rapidamente se passe grande coisa. Depositam, bem ou mal, não vem ao caso, a sua fé no Dr. Pinto Moreira pra que se passe grande coisa.

Passam hoje dois meses da eleição dos órgão autárquicos espinhenses. Está na altura de se começar a cobrar o que aos espinhenses é devido.

Dr. Pinto Moreira, pela nossa parte, esteja descansado. Faremos o nosso papel de cidadão atentos.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Reinventámos a maneira de Ser

Depois dos resultados anunciados fica a sensação de que soube a pouco, muito embora aqueles se tenham enquadrado no expectável. Em todo o caso, a esperança de colocar alguém na câmara esteve sempre presente e, a meu ver, a ter acontecido, faria toda a diferença. Mas a vida é mesmo assim. Resta dar os parabéns aos vencedores e congratularmo-nos pela dignidade com que levámos a cabo a nossa campanha. Pessoalmente nunca criei grandes cenários pois, acima de tudo, participei por acreditar na força das ideias e da vontade deste grupo de pessoas que ama a sua terra: verdadeiro, enérgico e, acima de tudo, plural. Foi uma inspiração!
No que toca à juventude, julgo estarmos de parabéns. Há já muito tempo que não via uma JP tão dinâmica em Espinho! Vivemos a campanha intensamente, muito por mérito de quem, no seio do partido, soube reconhecer as qualidades e o potencial da voz de quem é mais novo. Nem poderia ser de outra maneira - a juventude é o amanhã!
Contas feitas e refeitas, interessa agora aproveitar esta onda enérgica de esperança que ficou de tudo isto. O CDS é a terceira força política em Espinho. Batemo-nos com dignidade e devemos estar orgulhosos disso. Estamos todos de Parabéns. Viva Espinho!

domingo, 20 de setembro de 2009

Merecida homenagem



José Mota, aparentemente, acha-se merecedor de uma estátua.

Estátua, estátua, ainda não se viu nada, coitado... Mas, ao que a JP consegui apurar, os CT&T, querendo fazer justiça ao decano da política espinhense, preparam-se para lançar um selo em sua honra!